sábado, 16 de maio de 2009

Moça Pequena


O lápis no papel escreve o nome amado
As lágrimas não apagam nem nome nem lembranças
O simples esboço, traçado de criança
Embeleza uma folha antiga
Desenho de um passado sofrido
Sem colorido, sem vida, sem esperança.
Mesmo que bebesse amavio
O amor jamais floresceria
os campos nunca seriam verdes
Esse poema não teria melodia...
Quem é essa mulher que passa entre as flores?
é como se fosse o vento
A brisa que vem acariciar
Pergunto ainda quem é ela
Que tem cheiro de amor e boca de sangue
Que é a própria paixão
Tem em si a juventude, o frescor
E se tem poder, e o poder é tanto
por que essa mulher não fez nascer amor?
Por que tem olhos tristes?
Por que queima de dor?
De onde vem ou como chegou
Ninguém poderá um dia dizer
Mas partirá antes do sol nascer
Deixando feridas amargas, sangrentas, cheias de pus
O rio ainda nascente, o rio que ela gerou
Nenhuma fonte de luz
E um poema mal escrito
Por uma mão enraivecida e rancorosa
O desenho mais belo que nunca foi visto
Feito pelas mãos chorosas da moça pequena



Fernanda Dantas

3 comentários:

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